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sexta-feira, 22 de junho de 2012

Hillary Clinton usa termo vetado pelo Vaticano em texto da Rio+20





A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, encerrou seu discurso na Rio+20, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, por volta das 11h45 nesta sexta-feira (22). Hillary disse que os Estados Unidos são um país que assegura os "direitos reprodutivos" da mulher de escolher quando querem ter filhos.
"Os EUA vão continuar trabalhando para assegurar que esses direitos sejam respeitados", disse. Ela acrescentou que apoia as ações dirigidas à expansão de oportunidades às mulheres e que país rico é aquele que trabalha com a inclusão social.
O termo, que constava no documento final da Rio+20 entregue aos chefes de Estado e de governo, foi trocado pelo Brasil por pressão do Vaticano. Em seu lugar, entrou "saúde reprodutiva", referindo-se ao direito de acesso a métodos de planejamento familiar.
A presidente Dilma Rousseff foi, inclusive, criticada abertamente pela ex-premiê da Noruega Gro Harlem Brundtland e pelo movimento feminista durante o fórum "O Que as Mulheres Querem", ontem.
Em contrapartida, a presidente pediu a palavra para dizer que o documento não foi feito para agradar a um setor específico.

Fonte: Folha

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Discurso de Dilma no Rio +20 critica países desenvolvidos


A presidente Dilma Rousseff criticou os países desenvolvidos, que, segundo ela, não cumpriram suas promessas rumo ao desenvolvimento sustentável, entre as quais a de ajudar financeiramente as nações mais pobres a alcançar tais metas.
A declaração foi feita durante pronunciamento na abertura protocolar da Rio+20, a conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, na tarde desta quarta-feira no Rio de Janeiro.
Dilma destacou, por outro lado, que os emergentes, cada vez mais responsáveis pelo "crescimento da economia global", estão conscientes sobre os riscos dessa expansão para o meio ambiente, mas dispostos a contribuir para a proteção dos ecossistemas.
"Isso nos autoriza a demandar mais contribuições dos países desenvolvidos", afirmou.
Segundo a presidente, nesse contexto, o Brasil tem tido um papel muito "importante", uma vez que, segundo ela, "45% da matriz energética brasileira vem de energias renováveis".
Para Dilma, o mundo precisa de reformas estruturais "urgentes" para que as metas de desenvolvimento sustentável sejam atingidas.
"Sabemos que o custo da inação será maior do que as medidas necessárias (...) temos de ser ambiciosos", disse.
"O futuro que queremos não se construirá por si mesmo (...) (será preciso) mudanças profundas em nossas atitudes", acrescentou.

Fonte: BBC

terça-feira, 19 de junho de 2012

Brasil cede a pressão do Vaticano e muda texto final da Rio+20



O Brasil cedeu à pressão do Vaticano e tirou do novo projeto de texto final da Rio+20, apresentado na manhã desta terça-feira (19), a expressão "direitos reprodutivos", que designa a autonomia da mulher para decidir quando ter filhos.
Segundo Beatriz Galli, da ONG feminista Ipas, a exclusão do termo rompe uma promessa feita na noite de ontem (18) pela diplomacia brasileira, que tinha afirmado que mantê-lo era um compromisso com a Secretaria das Mulheres da Presidência.
A nova redação fala apenas em "saúde reprodutiva", referindo-se ao direito de acesso a métodos de planejamento familiar. Mantém as referências à Declaração de Pequim, de 1995, que, entre outros temas sobre igualdade de gêneros, trata de direitos sexuais femininos. O Vaticano, que tem status de observador na ONU, queria também tirar essas referências.
Em protesto contra o novo texto --que ainda está sendo analisado pelas delegações e terá que ser referendado pelos chefes de Estado--, as feministas farão uma manifestação hoje às 14h no Riocentro, sede da conferência na zona oeste do Rio.
A pressão da Santa Sé vinha desde o início das negociações do texto. A posição da Igreja Católica teve apoio explícito de Chile, Honduras, Nicarágua, Egito, República Dominicana, Rússia e Costa Rica.
Os quatro primeiros alegaram que não reconhecem "direitos reprodutivos", que relacionam à descriminalização do aborto, e que apoiam o "direito à vida". Os três últimos sugeriram acrescentar ao termo o qualificativo "de acordo com as leis nacionais".
Bolívia, Peru, México, Uruguai, Canadá, Islândia e EUA se pronunciaram em favor do texto original. O arcebispo Francis Chullikat, observador permanente do Vaticano na ONU, disse à Folha que não comentaria o tema enquanto as negociações estivessem em andamento

Fonte: Folha

quinta-feira, 14 de junho de 2012

ONU já fala em guerra civil na situação da Síria.


Área residencial em Homs, na Síria (Foto: AP)
A deterioração da crise na Síria levou a ONU a dizer nesta terça-feira que o país está em um estado de guerra civil e que o governo sírio já perdeu o controle de grandes áreas em algumas cidades para os rebeldes.
"O que está acontecendo claramente é que o governo da Síria perdeu algumas grandes áreas de território, várias cidades para a oposição, e quer retomar o controle", disse o subsecretário-geral de operações de paz da ONU, Hervé Ladsous.
Está é a primeira vez que a ONU manifesta formalmente esse tipo de opinião sobre a situação na Síria.
Os comentários foram feitos no mesmo dia em que monitores enviados pelas Nações Unidas à Síria foram atacados ao tentar chegar à cidade de Haffa, sitiada por tropas do governo.
Segundo Ladsous, o ataque foi deliberado. A ONU diz que, após uma tentativa frustrada de chegar à cidade na segunda-feira, nesta terça-feira os monitores receberam permissão das forças do governo para passar pelo último posto de controle, na entrada da cidade.
No entanto, segundo a ONU, os monitores teriam avaliado a situação como pouco segura e desistido. Quando deixavam a entrada da cidade, foram atacados com pedras e barras de metal jogadas contra eles por uma "multidão enfurecida". Logo em seguida, homens armados não identificados abriram fogo. Nenhum monitor ficou ferido.
Segundo a correspondente da BBC na sede da ONU, em Nova York, Barbara Plett, diplomatas nas Nações Unidas têm falado nesta semana não apenas na intensificação das operações militares do governo na Síria, incluindo ataques com helicópteros, mas também em um dramático aumento em ataques urbanos mais sofisticados por parte da oposição.
A Cruz Vermelha Internacional – única agência de ajuda internacional ainda em atuação na Síria – diz que o aumento da violência e a deterioração da situação no país têm tornado impossível responder às necessidades humanitárias.
Desde o fim de maio, ativistas de oposição denunciaram pelo menos dois "massacres": em Houla, onde 108 pessoas teriam sido mortas por forças leais ao governo, e na aldeia de Qubair, onde 78 morreram. O governo sírio nega as acusações e diz que as mortes foram obra de "gangues de terroristas armados".
A ONU e os Estados Unidos também vêm alertando sobre um "alarmante aumento" na violência em Haffa. Na segunda-feira, os Estados Unidos disseram temer que o governo sírio estivesse preparando um novo massacre na cidade. Em resposta, Damasco acusou Washington de incitar massacres e terrorismo.


Fonte:Folha

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Chávez desafia câncer e formaliza candidatura à reeleição

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ao oficializar sua candidatura à reeleição

Desafiando o câncer, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, oficializou nesta segunda-feira sua candidatura à reeleição, defendendo que sua vitória será a garantia de "futuro" e "independência" para a Venezuela, contra a candidatura do "imperialismo" encabeçada, segundo ele, pela oposição.
Chávez disse que a "batalha" nas urnas tem como centro de disputa o controle da indústria petrolífera, cujo domínio, a seu ver, poderia cair sob controle do governo norte-americano, caso a oposição saísse vitoriosa.
O presidente deixou a sede do governo, em Caracas, em um caminhão aberto, vestido com a tradicional boina vermelha e uma jaqueta com as cores da bandeira venezuelana. A caravana foi cercada por uma multidão de simpatizantes até a sede do Conselho Nacional Eleitoral (CNE).
Ao entregar seu programa de governo para os anos 2013-2019, Chávez se comprometeu a reconhecer o resultado das eleições de 7 de outubro "seja qual for".
A coalizão opositora, até agora, tem hesitado em dar credibilidade ao árbitro eleitoral e ainda não declarou se reconhecerá ou não o resultado das urnas, apesar de ter oficializado no sábado no CNE a candidatura de Henrique Capriles Radonski como candidato único.
"Que bom que reconheçam o CNE no lugar de incursionar no caminho do golpismo. Tomara que respeitem as regras do jogo democrático, as instituições", disse Chávez, ao ameaçar que, caso a oposição se "aventure" em atos de violência, a resposta do governo seria "aprofundar a revolução".
Doença
Denominado por sua campanha como o "candidato da pátria", Chávez cantou, dançou e discursou durante quase três horas. Em uma candidatura cercada por impressões e rumores sobre o estado físico e de saúde do presidente, sua apresentação foi uma demonstração de força diante da enfermidade contra a qual luta há um ano.
"Um ano depois estou frente a vocês, inscrevendo a candidatura", disse. "Vivemos de milagre em milagre, e estou convencido que, com a ajuda de Deus, continuaremos vivendo e vencendo."
Esta é a primeira vez que Chávez participa de um grande ato público desde fevereiro, quando anunciou a reincidência do câncer, com a aparição de um novo tumor.
Sua a inscrição à reeleição minimiza rumores sobre uma piora em seu estado de saúde, cuja extensão e gravidade são tratadas em absoluto segredo pela cúpula do governo e totalmente desconhecidas pela população.
"Me sinto muito bem", declarou Chávez, no sábado, em breve conversa com jornalistas na sede do governo.
O presidente disse ter feito exames de controle e que os resultado saíram "absolutamente bem".
Chávez foi submetido a uma terceira cirurgia, em fevereiro, em Havana, para retirada de uma nova lesão cancerígena, que aparecera na mesma região onde, no ano passado, foi retirado um tumor. Depois disso, foi submetido a cinco ciclos de radioterapia para conter o avanço da doença.
Antes da reincidência do câncer, no entanto, o líder venezuelano havia anunciado estar curado.
Campanha
Apesar de sua ausência, marcada por mais de cem dias fora do país no último ano - entre cirurgias e tratamento com radio e quimioterapia -, Chávez aparece nas pesquisas como favorito para vencer o pleito de outubro.
Recentes pesquisas realizadas por diferentes consultorias revelam que o índice de intenção de votos a favor da reeleição do presidente flutua entre 17 e 20 pontos.
Apenas uma empresa afirma que a margem a favor de Chávez é de apenas cinco pontos, indicando que a disputa contra o candidato opositor Henrique Capriles Radonski seria apertada.
Apesar do favoritismo, os desafios do presidente não são poucos, e o principal não depende exclusivamente de sua vontade: terá de convencer os venezuelanos que terá saúde para se manter na campanha e que poderá governar nos próximos seis anos.
"(Francois) Miterrand, (Fernando) Lugo e outros governantes demonstraram que é possível governar com um câncer", afirmou à BBC Brasil o analista político Modesto Guerrero. "O que não se pode é governar da mesma maneira que antes", acrescentou.
Caso a saúde de Chávez se debilite até a data das eleições, o partido governista PSUV teria até 10 dias antes do pleito para lançar um candidato substituto. Fontes do governo afirmaram à BBC Brasil que este cenário, no entanto, não está contemplado.
'Dilema'
Para o analista político Modesto Emílio Guerrero, o "dilema" venezuelano não será a curto, e sim a médio prazo, a partir do mandato 2013-2019.
Se for reeleito e o câncer não o deixar governar, Chávez teria de convocar novas eleições, caso a ruptura ocorresse antes da metade do mandato. Esse cenário obrigaria uma transição no chavismo e, ao mesmo tempo, renovaria as esperanças da oposição de retomar o poder.
Entre outras mudanças previstas para os próximos três meses está o estilo da campanha. Acostumado nos 14 processos eleitorais anteriores a percorrer todo o país em caravanas, nas quais discursava durante horas, agora Chávez tende a assumir uma campanha de "baixo perfil", com poucas viagens e breves atos públicos.
Outro desafio será reanimar os chavistas descontentes com a atual administração e atrair o setor abstencionista, que gira em torno de 20% do eleitorado.
"Chávez terá que apresentar uma melhor gestão nesses três meses, de apresentar projetos e programas que renove a esperança das pessoas por um futuro melhor", afirmou à BBC Brasil Oscar Schemel, da consultoria Hinterlaces.
Entre as dívidas do governo Chávez, analistas apontam a insegurança e a inflação como as principais.

Fonte: BBC

terça-feira, 5 de junho de 2012

Putin chega a Pequim para expandir cooperação com a China


O presidente russo, Vladimir Putin, chegou a Pequim nesta terça-feira (5), em sua primeira visita de Estado após assumir a Presidência, para participar da reunião de chefes de Estado dos países-membros da Organização de Cooperação de Xangai (SCO, em inglês), informou nesta terça-feira (5) a agência oficial de notícias "Xinhua".
Putin também se reunirá com seu colega chinês, Hu Jintao, para analisar a expansão da cooperação bilateral em vários campos, acrescentou a fonte oficial.
Na semana passada, o vice-primeiro-ministro chinês encarregado de assuntos comerciais, Wang Qishan, e seu colega russo, Arkady Dvorkovich, dialogaram em Pequim sobre o aumento da cooperação em gás natural, petróleo, e energia.
As negociações entre China e Rússia sobre a compra e venda de recursos energéticos se prolongam há três anos, embora Putin tenha assegurado em outubro que estavam "em sua fase final".
As duas partes seguem sem entrar em acordo com relação ao valor dos 68 bilhões de metros cúbicos que serão vendidos à China pela Rússia.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, disse que Putin escolheu a China como um dos primeiros países a visitar durante seu mandato como demonstração de que as relações entre as duas nações alcançaram "níveis sem precedentes".
A cúpula da SCO, fundada em 2001 por China, Rússia, Cazaquistão, Quirguistão, Tadjiquistão e Uzbequistão para colaborar em matéria de segurança, acontecerá em Pequim nos dias 6 e 7 e pode ser concluída com o acordo do primeiro plano estratégico para impulsionar a cooperação econômica aceitando o Afeganistão como "observador" e a Turquia como "parceira para o diálogo".
A SCO também tentará desenvolver novos vínculos em matéria de transportes, como a construção de uma rota terrestre que ligue São Petersburgo (Rússia) a Lianyungang, na província chinesa de Jiangsu, assim como o estabelecimento de um banco de desenvolvimento.

Fonte: Folha

segunda-feira, 4 de junho de 2012

EUA pressionam China a libertar presos por protestos da Praça da Paz Celestial

Policiais e transeuntes na Praça da Paz Celestial (AFP)
Polícia intensificou checagens de documentos de transeuntes na Praça da Paz Celestial devido à aniversário



O governo dos Estados Unidos está pressionando a China a libertar todas as pessoas que permanecem presas por conta dos protestos da Praça da Paz Celestial, 23 anos depois das manifestações terem ocorrido.
Os protestos de 1989 na Praça da Paz Celestial reuniram milhares de pessoas, entre elas estudantes, trabalhadores e intelectuais, que reivindicavam a adoção de reformas democráticas.
As manifestações foram duramente reprimidas pelas autoridades chinesas, que teriam matado inúmeras pessoas. O número preciso de mortos nunca foi divulgado oficialmente, mas entidades como a Cruz Vermelha Internacional dão conta de que mais de 2.500 pessoas possam ter morrido na repressão aos protestos.
O governo da China classifica os eventos de 1989 como uma revolta contrarrevolucionária e defende a repressão ao protesto.
O Departamento de Estado pediu ainda que a China forneça ''um relato completo e público sobre todos os que foram mortos, detidos ou que estão desaparecidos''.
''Nós reforçamos nossos pedidos para que a China proteja os direitos humanos de todos os seus cidadãos; liberte todos os que foram colocados sob prisão domiciliar; e ponha fim ao atual assédio a ativistas de direitos humanos e suas famílias'', afirmou o vice-porta-voz do Departamento de Estado, Mark Toner.
O representante do Departamento de Estado acrescentou que ''a violenta repressão'' na Praça da Paz Celestial provocou uma ''trágica perda de vidas inocentes''.
O governo da China não fez quaisquer pronunciamentos sobre os protestos da Praça da Paz Celestial, que estão completando 23 anos neste mês. O assunto permanece um tabu na vida política chinesa.
Segundo a agência de notícias AFP, cerca de 20 ativistas de direitos humanos na província de Fujian foram espancados pela polícia para impedir que participassem de um protesto marcando os 23 anos da manifestação original.
De acordo com o grupo de direitos humanos Fundação Dui Hua, menos de 12 ativistas envolvidos com os protestos de 1989 permanecem atrás das grades. Na época dos protestos, centenas foram presos.
O diretor-executivo da Dui Hua, John Kamm, afirmou que os que permanecem na cadeia não são os estudantes que comandaram os protestos, mas sim aqueles que incendiaram propriedades públicas ou que atacaram as tropas que estavam impondo a lei marcial''.

Fonte: BBC

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Fidel Castro sabia que Kennedy seria baleado, diz ex-agente da CIA



ex-líder cubano Fidel Castro sabia que o presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy, seria baleado em Dallas (Texas) em 22 de novembro de 1963, segundo Brian Latell, um antigo analista da CIA, especialista em Cuba, em seu livro "Castro's Secrets. The CIA and Cuba's Intelligence Machine".
"Durante mais de 49 anos Fidel Castro mentiu sobre o que sabia do assassinado do presidente Kennedy", afirmou nesta quinta-feira (31) Latell durante a apresentação de seu livro no centro conservador Heritage Foundation, em Washington.
Já aposentado, Latell, antigo chefe do Escritório Nacional de Inteligência para a América Latina da CIA entre 1990-1994 que seguiu Castro desde os anos 60, garantiu que Fidel sabia que ocorreria um tiroteio no Texas.
Horas antes da ocorrência, o jovem agente cubano Florentino Aspillaga, encarregado de interceptar a partir da ilha as comunicações por rádio da estação da CIA em Miami e vigiar o movimento de navios americanos que pudessem realizar operações clandestinas contra Castro, recebeu uma ordem pouco usual.
"Parem todos os esforços contra a CIA e concentra todas as equipes, antenas e atenção no Texas", disse Latell a partir do relato do próprio Aspillaga, que desertou em 1987 e em 2007 aceitou ser entrevistado pelo ex-analista para contar sua história.
"Eles sabiam. Fidel sabia", disse Aspillaga a Latell. O cubano também falou que o regime tinha informação de Lee Harvey Oswald, que realizou o tiroteio.
Oswald, comunista simpatizante do regime cubano, visitou em setembro de 1963 Cuba com a intenção de lutar pelo "tio Fidel", como o chamava. Segundo o autor, não há evidência que o assassino colaborasse com os serviços de inteligência cubanos, mas as autoridades ocultaram o que sabiam de Oswald.
Na época de Kennedy, os dois presidentes eram inimigos e Castro pensou que Washington culparia Havana pelo assassinato e invadiria a ilha em represália pelo homicídio, segundo documentos da época. "Ele sabia que iam disparar contra Kennedy naquela manhã em Dallas, e que Lee Harvey Oswald ia realizar o tiroteio. Por isso mentiu, para salvar seu próprio pescoço", afirmou Latell.
O autor comparou as revelações de Aspillaga com entrevistas de mais de 60 agentes da CIA, do FBI e do Governo, a maioria aposentados, assim como cerca de 50 mil documentos disponíveis nos Arquivos Nacionais.
O ex-analista reconheceu que os Estados Unidos "subestimaram" os serviços secretos cubanos daquela época, que realizavam operações "muito sofisticadas", inclusive com diversos agentes duplos. Latell afirmou também que Fidel Castro era a cabeça dos serviços de espionagem, supervisionava determinadas operações e elegia pessoalmente os agentes para executá-las.
Ana Montes, detida nos EUA em 2001, que trabalhava para o Pentágono e condenada a 25 anos de prisão, e Walter Kendall Myers, ex-funcionário do Departamento de Estado, detido em 2009 junto com sua esposa, Gwendolyn, ambos septuagenários, são alguns exemplos. Eles admitiram ter espionado para Cuba durante 30 anos.

Fonte: Folha