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terça-feira, 30 de outubro de 2012

Obama declara emergência em três Estados por tempestade Sandy



O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, declarou emergência nesta terça-feira em três Estados após a passagem da tempestade tropical Sandy. O fenômeno causou 15 mortes em território americano e uma, no Canadá, além de danos graves em diversos Estados da costa leste americana.
O estado de emergência, que foi decretado em Nova York, Nova Jersey e Long Island, permitirá que o governo americano envie ajuda financeira imediata para as regiões atingidas pela tempestade, que passou por sete Estados americanos, deixando 15 mortos.
Nova York é o Estado que acumula o maior número de mortos, com sete. A cidade homônima passa por uma das maiores destruições provocadas por um fenômeno natural, inundando todas as regiões baixas da ilha de Manhattan, em especial o sul da cidade, e deixando 500 mil casas sem energia elétrica.
No Queens, subúrbio nova-iorquino, um grande incêndio atingiu cerca de 50 casas na região de Breezy Point, de acordo com o Corpo de Bombeiros. Nenhuma morte foi registrada até o momento e agentes tentam controlar o fogo, que começou na noite de segunda.
Todos os aeroportos da região de Nova York -- JFK, La Guardia e Newark-- foram fechados. O metrô e o túnel que liga a ilha de Manhattan ao Brooklyn foram invadidos pelas águas. Todas as pontes da cidade ao leste foram fechadas e túneis foram bloqueados.
A Autoridade Metropolitana de Transportes (MTA, em inglês) disse que é o pior desastre da história do metrô da cidade, que tem 108 anos. Pelo menos sete túneis na região do East River estão completamente inundados. Outras duas linhas perderam a energia e seis garagens de ônibus foram atingidas.
Mais cedo, a fachada de um prédio de três andares desabou no bairro de Chelsea, sem deixar feridos, e um guindaste rachou e ficou pendurado no 90º andar do prédio residencial mais alto em Nova York, ainda em construção, em frente ao Central Park.
Em Nova Jersey, um dique se rompeu, ameaçando três localidades próximas, segundo a polícia local. As equipes de resgate estão em alerta para inundações na região.
O nível alto da água também colocou em alerta a usina nuclear Oyster Creek, em que a inundação chega a 1,80 m. Segundo a administração da planta, será necessário usar bombas extras para resfriar a usina.
O reator estava desligado desde o último dia 22, pelo que são descartados riscos de superaquecimento. Outras 104 usinas nucleares tiveram seus reatores desligados ou trabalham com capacidade de geração de energia reduzida.
No Estado, duas pessoas morreram e pelo menos 2.200 famílias tiveram que se refugiar em abrigos públicos. Oito condados receberão ajuda especial para o aluguel de casas para os desabrigados e a reforma das residências atingidas pela tempestade, além de outros programas.
Também foram registradas três mortes na Pensilvânia e uma em Connecticut. Em Virgínia Ocidental, uma mulher morreu em um acidente de trânsito em decorrência de uma nevasca trazida pelo Sandy.
Já na costa da Carolina do Norte, uma mulher morreu no naufrágio de uma réplica do navio HMS Bounty, usado no filme "Piratas do Caribe".
Em Toronto, no Canadá, a polícia local informou que uma mulher morreu em um estacionamento ao ser atingida por uma placa que se desprendeu com os fortes ventos.
Especialistas já calculam as perdas causadas pelo Sandy em até US$ 10 bilhões (R$ 20 bi) só em seguro. O prejuízo total, incluindo comércio, pode chegar a US$ 20 bilhões (R$ 40 bi). Segundo a rede CNN, mais de 6,5 milhões de americanos em 13 Estados estão sem energia.
Mais de 13 mil voos foram cancelados entre domingo e terça-feira, 7.600 somente nesta segunda-feira.
Por volta das 5h locais (7h em Brasília), a tempestade Sandy se deslocava ao sul do Estado da Pensilvânia a uma velocidade de 105 km/h, de acordo com o Centro Nacional de Furacões.
Ainda como um ciclone extratropical, o fenômeno tocou terra firme por volta das 20h (22h do Brasil), ao sul da cidade de Atlantic City, em Nova Jersey, afetando cerca de 60 milhões de pessoas e deixando Nova York praticamente às escuras.
A cidade é uma das localidades americanas mais atingidas pelo ciclone, varrida por fortes chuvas e ventanias, que inundaram ruas, danificaram edifícios e interromperam o fornecimento de energia.
O prefeito Michael Bloomberg relatou no início desta madrugada que pelo menos 250 mil residências estão sem luz na ilha de Manhattan.

Fonte: Folha Online

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Brasil e EUA devem remover 'barreiras' antes de isentar visto, diz Patriota


Antonio Patriota e Hillary Clinton / AP
Brasil e Estados Unidos precisam tratar de "desequilíbrios" e remover barreiras antes de chegar ao tão esperado acordo de isenção de vistos, disse nesta quarta-feira o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, durante visita à capital americana, Washington.
Ao lado da secretária americana de Estado, Hillary Clinton, Patriota acrescentou que o fim da exigência não será próximo.
"Isso aí não será no curto prazo, porque envolve uma série de aspectos que precisam ser muito bem examinados, inclusive um desequilíbrio muito grande entre o número de brasileiros que visitam os EUA e os americanos que vão ao Brasil”, afirmou.
O ministro lembrou que o Brasil e os EUA já avançaram significativamente na facilitação das viagens.
Em ambos os casos, o tempo de espera de uma entrevista caiu de uma média de 120 a 140 dias para apenas um ou dois dias, por causa das medidas de ampliação de quadros e infraestrutura nos consulados, e as mudanças de procedimentos.
Além disso, enquanto o Brasil conta, atualmente, com dez representações nos EUA, os EUA já anunciaram que vão abrir mais duas representações no Brasil, em Belo Horizonte e em Porto Alegre.
Atualmente, o Brasil já é o terceiro país em emissão de vistos americanos no mundo, atrás da China e do México. Só neste ano, mais 1 milhão de vistos foram concedidos.
O ministro Antonio Patrioa se reuniu com autoridades americanas e falou sobre uma ampla gama de temas de cooperação bilateral.
Além de Hillary, ele se encontrou com a Secretária do Departamento de Segurança Interna americano, Janet Napolitano, e o Conselheiro de Segurança Nacional do país, Thomas Donilon.
Após a bateria de reuniões, o porta-voz do Itamaraty, Tovar da Silva Nunes, disse à BBC Brasil que o ministro procurou mostrar que o diálogo Brasil-EUA na questão consular "vai além" da isenção do visto.
"É preciso administrar as expectativas para que não haja uma impressão de que amanhã o assunto já vai estar resolvido", disse Tovar Nunes.
"Algumas questões de um lado e de outro precisam ser examinadas, inclusive do lado americano um sinal verde por parte do Congresso", acrescentou.
Ele disse que o desequilíbrio no número de visitantes de lado a lado é particularmente importante para os EUA, por causa da receita levantada pela emissão das autorizações de viagens.
"No nosso caso não há essa preocupação, estamos interessados em seguir com essa parceria para que em breve os brasileiros possam viajar para os EUA sem visto", declarou.
Por outro lado, o governo brasileiro quer evitar que o afluxo de brasileiros leve a situações constrangedoras como a que opôs Brasil e Espanha por conta do número de brasileiros barrados nos aeroportos espanhois.

Além disso, há questões técnicas, como a necessidade de intercâmbio de informações que, hoje, são recolhidas diferentemente de um lado e de outro.
Já o critério de recusa de vistos – um país precisa ter menos de 3% dos vistos recusados para entrar no programa de isenção – é um dos "mais fáceis" de ser atingidos, disse o porta-voz do Itamaraty. O percentual de vistos para brasileiros recusados é hoje em torno de 4%, acrescentou o embaixador.
Antes mesmo da inclusão no programa de isenção de vistos, o Brasil poderia fazer parte de outro programa de facilitação de viagens chamadoGlobal Entry, uma espécie de via rápida de acesso em 20 aeroportos americanos.
Os EUA mantêm esse programa, voltado para viajantes frequentes, que têm seus antecedentes checados de antemão, apenas com o México e a Holanda.
Os beneficiados ainda precisam se candidatar ao visto e pagar a taxa, mas ao desembarcar entram em uma fila prioritária.
Em março, a diplomacia americana anunciou que incluiria 150 brasileiros no programa, em caráter piloto, por um ano a um ano e meio. Se este primeiro teste for bem sucedido, a lista poderia ser ampliada para 1,5 mil pessoas.
Tovar Nunes lembrou que mesmo para o Global Entry seriam necessários ajustes por parte da imigração e alfândega brasileiras.
"Mas a ideia é, seja pela via tradicional do visto, seja pelo Global Entry, ou pelo programa de isenção de vistos, fazer com que os cidadãos americanos e brasileiros tenham mais facilidade de fazer visitas bilaterais", afirmou.

Fonte: BBC

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Brasil melhora 20 posições em ranking de desigualdade de gêneros


Dilma Rousseff com a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster
O Brasil ganhou 20 posições em um ranking global sobre desigualdade de gêneros, graças aos avanços na educação para mulheres e no aumento da participação feminina em cargos políticos.
Segundo o ranking anual elaborado pelo Fórum Econômico Mundial (WEF , na sigla em inglês), o Brasil saiu da 82ª para a 62ª posição entre 135 países pesquisados.
O ranking é liderado pela Islândia pelo quarto ano consecutivo, seguida por Finlândia, Noruega, Suécia e Irlanda.
No lado oposto do ranking, o Iêmen é considerado o país com a pior desigualdade de gênero do mundo. Paquistão, Chade, Síria e Arábia Saudita completam a lista dos cinco piores.
Entre os países da América Latina e do Caribe, a Nicarágua, na 9ª posição no ranking global, é o país com a menor desigualdade de gêneros, seguida de Cuba, Barbados, Costa Rica e Bolívia.
O Brasil é apenas o 14º entre os 26 países da região pesquisados.
Entre os países considerados desenvolvidos, a Coreia do Sul é o que tem a maior diferença entre gêneros, com a 108ª posição no ranking. O Japão aparece em posição próxima, no 101º lugar.
Para elaborar o ranking, a WEF estabelece uma pontuação baseada em quatro critérios – participação econômica e oportunidade, acesso à educação, saúde e sobrevivência e participação política.
O Brasil recebe a pontuação máxima nos itens relativos a educação e saúde, mas tem uma avaliação pior em participação econômica (no qual está em 73º entre os países avaliados) e participação política (na 72ª posição).
Ainda assim, o estudo destaca que o avanço do país no ranking geral se deve a “melhorias em educação primária e na porcentagem de mulheres em posições ministeriais (de 7% a 27%)”.
O fato de ter uma mulher na Presidência, Dilma Rousseff, também conta positivamente para a posição do Brasil no ranking.
O WEF, conhecido pelas reuniões anuais realizadas na estação de esqui suíça de Davos, publica anualmente o ranking de desigualdade de gênero desde 2006.
Segundo a organização, no último ano 61% dos países pesquisados registraram uma diminuição da desigualdade entre os gêneros e 39% tiveram aumento. Entre 2006 e 2012, no entanto, a porcentagem de países com redução da desigualdade salta para 88%.
A Nicarágua foi o país que registrou o maior avanço na eliminação da desigualdade entre os gêneros nos últimos seis anos, pulando do 62º posto em 2006 (entre 115 países pesquisados naquele ano) para a 9ª posição neste ano, com uma melhora de 17,3% na pontuação geral.
A Bolívia é o segundo país com o maior avanço, com uma melhora de 14% na pontuação, passando da 87ª para a 30ª posição do ranking.

Fonte: BBC

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Cubanos tem reação mista sobre abolição de visto de saída


Na segunda-feira, o governo de Cuba anunciou mudanças no sistema de vistos para os cidadãos que quiserem viajar para fora do país.
Durante mais de 50 anos, quem quisesse sair de Cuba, fosse cidadão ou estrangeiro residente no país, precisava conseguir junto às autoridades do país uma Permissão de Saída.
O setor de Imigração fornece estes documentos a um custo de US$ 350 (quase R$ 712).
Mas, a partir de janeiro de 2013, os que quiserem viajar para fora de Cuba precisarão apenas de um passaporte válido e, se necessário, do visto do país para onde pretende viajar.
Amaury Avilés (foto: Raquel Perez)
"É o melhor, o máximo, porque eu já saí duas vezes do país e já passei por uma tremenda burocracia e o medo permanente de conseguir ou não a Carta Branca (permissão de saída)."
Amaury Avilés

Ulises Faiñas e esposa (Foto: Raquel Peres)
"É uma medida excelente, espetacular e muito lógica porque evita certos processos difíceis e burocráticos. Minha esposta e eu já viajamos e, seremos sempre gratos (pelo governo) de abolir este trâmite no meio (do processo)."
Ulises Fariñas


Rafaela de Llano (foto: Raquel Perez)
"Me parece muito bom que as pessoas possam sair e viajar a todos os lugares que queiram, os que tenham dinheiro e podem sair (do país). Acho que vou aproveitar para visitar minhas irmãs em Miami, pois nunca pude ir conhecer, passear por lá."
Carina Frómeta

Carina Frómeta (Foto: Raquel Perez)
"Não acredito em nada que Raúl Castro diz nem em ninguém que esteja no poder neste momento. Sempre foi tudo uma mentira, realmente não entendo porque ele faz isto, para ele, supostamente, não há nenhum benefício, até que eu veja (as medidas sendo aplicadas) não poderei acreditar."
Yolanda Medina

Beatriz Roque (Foto: Cristian Benavides)
"Isto vai ser como sempre: se você é profissional da saúde ou formado em uma universidade, você vai ter que pedir uma permissão, mesmo que não se chame Carta Branca. Com estas medidas vão se beneficiar os que nunca se graduaram em nada. Qualquer pessoa em Cuba que não seja profissional de nada pode viajar a este país e a qualquer país que quiser. Mas ele (Raúl Castro) não vai permitir que os formados em uma universidade, médicos ou engenheiros, saiam do país."
Beatriz Roque

Heriberto Prado (Foto: Cristian Benavides)
"Minha opinião é que se deve deixar as pessoas viajarem livremente para que se tenha liberdade, isto é muito bom, as pessoas precisam viajar, ver a família aqui. Estou há um ano em Miami. Vim a passeio, gostei e, por questões econômicas, fiquei. Economicamente, minha família não pode viajar para cá: eu, porque tive a possibilidade, um amigo me convidou."
Heriberto Prado

Vicente P. Rodríguez (Foto: Cristian Benavides)
"Minha opinião é que o governo, cada vez que a situação interna fica difícil, tenta conseguir uma válvula de escape. E (o governo) faz isto desde o começo, não é a primeira vez que toma medidas deste tipo. O governo está tendo muita resistência interna, as pessoas estão protestando devido às carências e a repressão. É uma válvula de escape, e, certamente, não é muito original."
Vicente P. Rodríguez

Fonte: BBC


Um duelo de imagem, tanto quanto de substância, marcou o segundo e penúltimo debate entre os dois candidatos na corrida à Casa Branca - o presidente Barack Obama e seu rival do Partido Republicano, Mitt Romney.
Os milhões de telespectadores que assistiram pela TV ao evento realizado na noite desta terça-feira em Hempstead, Nova York, viram um Obama agressivo, determinado e irreconhecível comparado ao que esteve presente no primeiro encontro cara a cara entre os dois, realizado no dia 3 de outubro.
Naquela ocasião, o mau desempenho do presidente, sob os olhos de quase 70 milhões de telespectadores que o assistiram pela TV, fez com que todos os holofotes se virassem para ele na revanche.
À vontade com o formato deste segundo debate, no qual as perguntas vinham primordialmente da plateia, o presidente teve momentos à altura de sua fama como bom orador que ganhou na campanha de 2008.
Entretanto, Romney também levantou pontos que ressoam junto aos eleitores indecisos, sobretudo o estado da economia. “Se você votar em Obama”, disse Romney a um eleitor em determinado momento, “sabe o que serão os próximos quatro anos”.
“Não podemos suportar mais quatro anos disto”, disse Romney, culpando as políticas do governo Obama pelos 23 milhões de desempregados americanos e a manutenção da taxa de desemprego acima de 8% por mais de 40 meses.
Se Romney conseguiu colocar seus pontos de vista no campo da economia, não o fez sem estar sob ataque permanente de Obama.
O democrata lembrou a declaração do republicano sobre deixar falir a indústria automotiva, criticou o nível de tributos (cerca de 14%) pago pelo ex-governador de Massachusetts, recordou que o plano de corte de impostos de Romney inclui os mais ricos e mencionou a posição do republicano de cortar recursos para o planejamento familiar.
Contestando a promessa do republicano de um plano de cinco pontos para reviver a economia, Obama disse que Romney tem apenas um “plano de um ponto só”: beneficiar os mais ricos da sociedade americana e pressionar a classe média.
Algumas vezes o presidente conseguiu tirar o republicano do sério, fazendo-o discutir com a moderadora, a repórter de Política da CNN Candy Crowley, por mais tempo de resposta. Romney também foi obrigado a usar parte do seu tempo para replicar um ataque anterior feito do presidente.
Ao mesmo tempo, Obama defendeu sem reservas os avanços dos seus quatro anos de mandato e tratou de assuntos internacionais e militares com autoridade.
Falando sobre um assunto sensível ao governo – o ataque ao consulado americano em Benghazi, na Líbia, que matou o embaixador americano para o país, Christopher Stevens –, Obama acusou Romney de politizar o incidente.
“Não é assim que um comandante-em-chefe opera”, afirmou Obama. “Você não politiza a segurança nacional, certamente não quando (os eventos estão) acontecendo.”
O presidente assumiu a responsabilidade pela segurança dos diplomatas americanos e reiterou que prometeu encerrar a guerra do Iraque e encontrar Osama Bin Laden – promessas que cumpriu.
A performance oferecida por Obama na terça-feira expressa a determinação do democrata em retomar a liderança que vinha mantendo nas pesquisas de opinião – mais crucial em determinados Estados indecisos onde os resultados podem cimentar o caminho de um ou de outro candidato para a Casa Branca.
Obama perdeu terreno, por exemplo, no indeciso estado de Ohio, onde faz campanha nesta quarta-feira para tentar reenergizar o eleitorado. Na Flórida e na Virgínia, sua vantagem desapareceu após o primeiro debate.
Uma pesquisa do instituto Gallup divulgada pouco antes do debate indicou os dois candidatos empatados tecnicamente, Romney com 50% das intenções de votos e Obama com 46%.
A subida do republicano nas pesquisas inflou as expectativas de que o debate da terça-feira fosse a chance de Obama de evitar um perigoso mergulho no humor de sua campanha.
Nas primeiras horas desta quarta-feira, ambos os lados reivindicaram vitória no debate da noite anterior. Uma pesquisa pós-debate divulgada na rede CNN indicou uma “ligeira vitória de Obama”, mas um empate em geral.
Dos eleitores indecisos pesquisados – a maioria republicanos, segundo a CNN –, 46% disseram que Obama venceu o encontro, enquanto 39% consideraram que Romney se saiu melhor.
Já na rede CBS, 37% de 500 eleitores indecisos pesquisados consideraram Obama vencedor, contra 30% que deram o primeiro posto para Romney. Porém 30% consideraram que os candidatos empataram.
Os dois candidatos se reencontram uma última vez na próxima segunda-feira, dia 22, em um debate sobre política internacional em Boca Raton, na Flórida.

Fonte: BBC

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Líder supremo do Irã compara sanções a guerra contra o país



O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, disse nesta quarta-feira que o país é capaz de superar as sanções econômicas impostas pelos países ocidentais contra o programa nuclear do país, qualificadas de "bárbaras".
"Estas sanções são bárbaras. Constituem uma guerra contra uma nação, mas o povo iraniano as fará fracassar", afirmou, em discurso transmitido pela televisão estatal.
Khamenei ainda acusou os países ocidentais de mentir quando propõem a suspensão das sanções em troca de garantias sobre o caráter pacífico do programa nuclear iraniano.
Ele disse que as medidas podem criar problemas, mas que nada que Teerã não possa resolver. O líder mostrou confiança em superar a crise, como em outras ocasiões em que houve embargo desde a Revolução Islâmica, em 1979.
"As sanções contra o Irã não são de hoje. Eles já as impuseram e nunca deram resultado. Claro que, com a graça de Deus, eles serão derrotados pela nação iraniana nesta guerra", completou.
Para ele, os países europeus são insensatos ao ceder à pressão americana pelas sanções em meio à crise financeira internacional. O embargo ao Irã causou o aumento dos preços do petróleo no mercado internacional, o que afetou ainda mais as economias europeias.
Para o líder supremo, o Irã está na mira por sua "resistência" e "independência" diante das grandes potências.
Ali Khamenei ainda criticou o Ocidente por dar muita importância aos protestos contra a desvalorização do rial, que perdeu 40% do seu valor desde a semana passada. Os atos foram na última quarta-feira (3).
"Por uma ou duas horas algumas pessoas incendiaram duas ou três latas de lixo em duas ruas de Teerã e eles começaram a comemorar e disseram que existem protestos no Irã".
Ele ainda comparou com os protestos na Europa, considerando que os governos europeus têm mais problemas que os iranianos.
"Eles passam por protestos nas ruas das maiores cidades europeias no últimos anos, durante a manhã e a noite. A economia deles está paralisada. Vocês comemorariam que a economia iraniana está enfraquecida? Então é você quem é infeliz".
Ali Khamenei também pediu a união dos funcionários iranianos para enfrentar as sanções, em meio ao conflito do governo próximo à sucessão do presidente Mahmoud Ahmadinejad. "Os funcionários precisam saber e aceitar suas responsabilidades e não se culpar uns aos outros".
A reclamação do líder supremo foi a mesma de Ahmadinejad, que disse na semana passada enfrentar o ataque de rivais sobre o comando do país e se considerou o único alvo de críticas.
"Só eu recebo tantas críticas. Imaginem como reagiriam outras pessoas se sofressem os mesmos ataques. Eu não ligo, deixo falar o que quiserem a meu respeito, desde que na prática trabalhemos juntos na mesma direção."
A moeda local começou a cair no dia 1º, após entrar em vigor um mecanismo para tentar controlar o câmbio, que fracassou. A cotação do dólar chegou a 37.500 riais no dia 2, antes de Teerã intervir no sistema econômico.
No sábado (6), a cotação voltou a para a casa dos 30 mil e, nesta segunda, oscilou na faixa dos 29 mil a 32 mil riais nas casas de câmbio. Na terça, fechou em 24.800 riais, de acordo com a Bloomberg.
A baixa do rial é um efeito das sanções da ONU (Organização das Nações Unidas) e dos embargos impostos pelos EUA e União Europeia devido aos avanços no programa nuclear da República Islâmica.
As restrições chegaram aos setores petroleiro e bancário e aumentaram a crise financeira no país e os gastos dos iranianos, que dependem de importações de diversos artigos.

Fonte: Folha

Patriota fica em região árabe e irrita Israel


Não é nenhuma guinada diplomática do Brasil, mas a primeira visita de Antonio Patriota a Israel como chanceler, que começa na próxima sexta, terá uma mudança simbólica que não escapou ao governo israelense.
Patriota decidiu se hospedar uma noite no tradicional hotel American Colony, na parte árabe de Jerusalém.
O lado oriental, ocupado por Israel na Guerra dos Seis Dias, em 1967, é reivindicado pelos palestinos para o estabelecimento de sua capital.
Em geral, dignitários em visita se hospedam no lado ocidental, e esse também era o costume brasileiro.
O ex-chanceler Celso Amorim e o ex-presidente Lula costumavam se hospedar no histórico hotel King David, o mais famoso da parte ocidental de Jerusalém.
Numa cidade repleta de simbolismos e sensibilidades políticas e religiosas, a opção de Patriota pela parte árabe da cidade causou incômodo no governo israelense.
O discurso oficial é que não faz diferença, já que Israel considera Jerusalém inteira a capital do Estado judaico.
A agenda do chanceler não revela o incômodo, já que ele será recebido pelo presidente Shimon Peres e pelo premiê Binyamin Netanyahu.
Mas a escolha de Patriota é vista como uma mensagem política, que reforça o apoio brasileiro à causa palestina.
"É uma alfinetada inexplicável do governo brasileiro", disse à Folha uma fonte do governo israelense, que pediu para não ser identificada. "Nem Amorim fez isso."
Em sua última visita a Israel como chanceler, em 2010, Amorim manteve encontros com opositores israelenses e dirigentes palestinos no American Colony, mas se hospedou no King David.
O Brasil, assim como a maioria da comunidade internacional, vê Jerusalém oriental como território ocupado.

Fonte: Folha

terça-feira, 9 de outubro de 2012

FMI rebaixa previsão de crescimento da economia mundial; Brasil crescerá meno

Olivier Blanchard | Crédito da foto: Xinhua

O Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou para baixo suas projeções para o crescimento da economia mundial em 2012 e 2013, na esteira da agravamento do cenário externo e do aumento dos riscos globais. O órgão também reduziu a perspectiva de crescimento do Brasil, de 2,5% para 1,5% neste ano, em linha com a estimativa do mercado brasileiro.
A revisão do relatório World Economic Outlookfoi divulgada na manhã de terça-feira em Tóquio, no Japão (noite desta segunda-feira do Brasil).
A capital japonesa sediará, ao longo desta semana, os encontros anuais do FMI e do Banco Mundial onde mais de 10 mil presidentes de Bancos Centrais, ministros de economia, executivos do setor privado e acadêmicos discutirão os rumos da economia mundial.
Em sua revisão sobre os últimos dados econômicos globais divulgados em julho passado, o FMI estimou que a economia mundial crescerá menos neste ano e em 2013, de 3,5% e 3,9% para 3,3% e 3,6%, respectivamente.
O cenário, no entanto, é mais pessimista para as economias avançadas, aponta o relatório. Segundo o Fundo, os países ricos devem crescer 1,3% neste ano, contra 1,6% em 2011 e 3% em 2010, principalmente devido ao cortes dos gastos públicos e à debilidade do sistema financeiro.
Desde o ano passado, as economias avançadas vêm adotando uma série de medidas de austeridade fiscal, incluindo corte de despesas do governo e de benefícios sociais, para combater a crise internacional.
Já as economias emergentes devem apresentar um desempenho relativamente melhor do que seus pares desenvolvidos, mas não ficarão imunes à desaceleração da economia mundial, prevê o FMI.
O Produto Interno Bruto (PIB) dos países em desenvolvimento e sub-desenvolvidos deve registrar alta de 5,3% em 2012, contra 6,2% no ano passado.
De acordo com o FMI, todos os principais emergentes, como China, Índia, Rússia e Brasil, vão ter um crescimento menor neste ano.
Segundo o relatório, o crescimento no volume do comércio mundial também deve apontar uma queda, de 3,2%, contra 5,8% no ano passado e 12,6% em 2010.
"O crescimento baixo e as incertezas das economias avançadas estão afetando os mercados emergentes e as economias desenvolvidas por meio dos canais financeiros e comerciais, além do próprio enfraquecimento interno", afirmou o economista-chefe do FMI, Olivier Blanchard.
Segundo Blanchard, a taxa de crescimento das economias avançadas não foi suficiente para reduzir o desemprego ao passo que a pujança dos mercados emergentes também arrefeceu.
O Brasil também foi contagiado pela deterioração da economia mundial, informou o FMI, que reduziu suas projeções para o crescimento da economia brasileira de 2,5% para 1,5% em 2012 e de 4,7% para 4,0% em 2013.
Com a redução de 1 ponto percentual na estimativa para este ano, a projeção do Fundo fica em linha com a do mercado brasileiro, que aposta em um crescimento de 1,57% para o PIB de 2012, segundo o último relatório Focus, divulgado pelo Banco Central.
Segundo o Fundo, o arrefecimento da economia brasileira foi uma das causas para o menor crescimento da América Latina no primeiro semestre deste ano. Já no segundo semestre, estima o FMI, a região deve registrar elevação de 3,25% no PIB.
No ano que vem, contudo, a entidade credita o crescimento mais forte do Brasil às medidas fiscais para incrementar a demanda a curto prazo e à trajetória descendente da taxa básica de juros, a Selic, que caiu 5 pontos percentuais desde julho de 2011.
Apesar de prever uma retomada em 2013, o FMI alertou que o Brasil deve se preocupar com a "escalada dos preços dos imóveis e das dívidas das famílias".
O Fundo lembrou que grande parte do crescimento brasileiro dos últimos anos se sustentou na expansão do consumo, com as taxas de poupança e de investimento mantendo-se a níveis baixos.
Nesse sentido, a recomendação do FMI é de que o Brasil realize reformas para reduzir seus diversos gargalos, o chamado 'Custo Brasil', que, na visão do Fundo, "restringem o crescimento" do país.
O Fundo reconheceu, por fim, que as recentes medidas para destravar a economia, como o pacote de concessão de rodovias e ferrovias anunciado recentemente, são "bem vindas", mas precisam vir acompanhadas de uma elevação da "taxa de investimento" do país, atualmente menor do que especialistas acreditam ser necessária para permitir um crescimento sustentável.

Fonte: BBC

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Analistas debatem possível saída da Grã-Bretanha da União Europeia


David Cameron
Uma declaração dada pelo premiê britânico, David Cameron, em junho deste ano sobre um possível referendo a ser realizado no seu país para discutir a relação com a União Europeia (UE) alimentou especulações de que a Grã-Bretanha possa acabar deixando o bloco europeu.
Analistas das mais diferentes correntes econômicas discordam sobre quão possível ou até mesmo desejável tal medida seria. Alguns gostariam que a Grã-Bretanha permanecesse na União Europeia, mas, para outros, uma eventual saída do bloco seria algo inevitável no futuro.
A edição atual da revista alemã de relações internacionais Internationale Politik traz um artigo intitulado "A Questão Britânica".
O autor, Hans Kundnani, argumenta que uma integração mais próxima – que "provavelmente é necessária" para se chegar a uma solução para a crise do euro – "poderia obrigar a Grã-Bretanha a deixar a UE".
Na avaliação de Kundnani, os políticos alemães e a imprensa do país estão divididos sobre a importância de impedir a saída da Grã-Bretanha. A chanceler alemã, Angela Merkel, entretanto, parece estar "pendendo para ambos os lados". Sua intuição prefere que o Reino Unido continue no bloco, mas isso pode mudar se houver "pressão insustentável" para que ela ache uma solução para a crise do euro.
O próprio Kundnani alerta que a saída da Grã-Bretanha seria "fatal" para o bloco, e que Merkel teria que fazer várias concessões para evitar esse cenário.
Outros compartilham desta visão. O historiador Michael Stuermer escreveu no jornal alemão Die Welt que "é do interesse alemão manter a Grã-Bretanha na UE a qualquer custo". Ele elogia os "instintos de livre comércio" dos britânicos e diz que o sistema de defesa europeia sem o Reino Unido seria "uma faca sem fio".
Para Hubert Wetzel, no jornal alemão Sueddeutsche Zeitung, a permanência da Grã-Bretanha não é tão vital assim para o bloco.
"É claro que a saída da Grã-Bretanha representaria um desastre para a UE. No entanto, com todo respeito, a Europa tem problemas maiores para se preocupar", diz ele.
Alguns analistas franceses já dão como certa a saída da Grã-Bretanha do bloco.
O analista de assuntos europeus do jornal francês Libération, Jean Quatremer, é categórico: "Em poucos anos, a Grã-Bretanha deixará a UE".
Quatremer argumenta que diante do aprofundamento das relações econômicas na zona do euro (em que a Grã-Bretanha não faz parte), a tradicional estratégia britânica de negociar acordos para isentar o país de algumas obrigações com o bloco logo se tornará "simplesmente impossível".
Levando-se em consideração a histeria crescente no debate britânico sobre a UE, "é difícil ver como os britânicos evitarão um referendo sobre o tema", escreve o analista, que acrescenta que os líderes conservadores do país são "eurofóbicos fanáticos".
Um editorial em francês no site EU-Logos afirma que "o momento da verdade chegou" para o Reino Unido.
O lançamento recente de uma auditoria do governo britânico em relação aos poderes da União Europeia sobre o país provavelmente não vai impedir "a marcha da Grã-Bretanha de rejeição – de uma forma ou de outra – à União Europeia, uma rejeição que está ganhando terreno inexoravelmente".
O editorial parece defender uma saída britânica. "A atitude do Reino Unido está questionando com muita força e muito claramente a existência de todo esse arcabouço construído pacientemente. Suas negações desanimaram seus últimos defensores", afirma o editorial.
Há quem diga que a saída da Grã-Bretanha pode ser uma benesse ao bloco, abrindo caminho para soluções mais rápidas, sem a constante objeção do governo baseado em Londres.
Charles Nonne, em um artigo escrito em francês para o site bloggingportal.eu, lamenta a atual paralisia do processo de integração. Ele culpa os britânicos por isso.
"Ao deixar as instituições da União Europeia, a Grã-Bretanha ofereceria à UE uma oportunidade para lançar o real processo de federalização", diz.
Para o analista alemão Andreas Sowa, do blog blogactiv.eu, a saída da Grã-Bretanha é "um mal necessário para o funcionamento institucional e conceitual da Europa".

Fonte: BBC

Morre Eric Hobsbawm, um dos maiores historiadores do século 20

Eric Hobsbawm | Crédito da foto: Getty

Um dos mais influentes historiadores do século 20, o britânico Eric Hobsbawm morreu nesta segunda-feira em Londres aos 95 anos, confirmaram familiares.
Em entrevista à imprensa, a filha de Hobsbawn, Julia, disse que seu pai morreu no início da manhã no Royal Free Hospital, onde ele se tratava de uma pneumonia.
"Sua ausência será imensamente sentida não só por sua esposa de mais de 50 anos, Marlene, por seus três filhos, sete netos e bisnetos, mas também por muitos leitores e estudantes ao redor do mundo", informou um comunicado da família.
A reputação do historiador deve-se, principalmente, a quatro obras escritas por ele, entre elas "Era dos Extremos: o Breve Século 20: 1914 - 1991", livro que foi traduzido em 40 línguas.
De família judia, Hobsbawm nasceu na cidade de Alexandria, no Egito, em 1917, o mesmo ano da Revolução Russa, que representou a derrocada do czarismo e o início do comunismo no país.
Não por coincidência, a vida do historiador e seus trabalhos foram moldados dentro de um compromisso duradouro com o socialismo radical.
O pai de Hobsbawm, o britânico Leopold Percy, e sua mãe, a austríaca Nelly Grün, mudaram-se para Viena, na Áustria, quando o historiador tinha dois anos e, logo depois, para Berlim, na Alemanha.
Hobsbawm aderiu ao Partido Comunista aos 14 anos, após a morte precoce de seus pais. Na ocasião, ele foi morar com seu tio.
Em 1933, com o início da ascensão de Hitler na Alemanha, ele e seu tio mudaram-se para Londres, na Inglaterra. Após obter um PhD da Universidade de Cambridge, tornou-se professor no Birkbeck College em 1947 e, um ano depois, publicou o primeiro de seus mais de 30 livros.
Hobsbawm foi casado duas vezes e teve três filhos, Julia, Andy e Joshua.
Na década de 80, Hobsbawm comentou sobre sua fuga da Alemanha. "Qualquer um que viu a ascensão de Hitler em primeira mão não poderia ter sido ajudado, mas moldado por isso, politicamente. Esse garoto ainda está aqui dentro em algum lugar - e sempre estará".
Obra
Entre as obras mais conhecidas de Hobsbawm, estão os três volumes sobre a história do século 19 e "Era dos Extremos", que cobriu oito décadas da Segunda Guerra Mundial ao colapso da União Soviética.
Já como presidente do Birkbeck College, ele publicou seu último livro, "Como mudar o mundo - Marx e o marxismo 1840-2011", no ano passado.
O historiador afirmou que ele tinha vivido "no século mais extraordinário e terrível da história humana".
Marxista inveterado, ele reconheceu a derrocada do comunismo no século 20, mas afirmou não ter desistido de seus ideais esquerdistas.
Em abril deste ano, Hobsbawm disse ao colega historiador Simon Schama que ele gostaria de ser lembrado como "alguém que não apenas manteve a bandeira tremulando, mas quem mostrou que ao balançá-la pode alcançar alguma coisa, ao menos por meio de bons livros".
  Fonte: BBC