O governo da Colômbia e representantes das
Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) assinaram nesta segunda-feira
em Cuba um acordo para iniciar negociações para a paz no país sul-americano,
informou o canal de televisão Telesur, com sede em Caracas.
Caso
confirmado, será o primeiro passo para o fim do conflito com o grupo
insurgente, que começou há 50 anos. De acordo com a emissora, o conteúdo do
acordo e a agenda temática das conversas serão revelados nas próximas semanas
pelo governo do presidente Juan Manuel Santos.
Após a
revelação, o governo colombiano confirmou que os detalhes serão revelados
"em breve", sem especificar data.
A primeira
reunião entre os membros do governo e da guerrilha está marcada para Oslo, na
Noruega, em outubro, e terá a participação de representantes de Cuba, Venezuela
e Noruega. Um novo encontro será marcado em Havana, onde serão discutidos os
detalhes para um pacto de paz.
Segundo a
Telesur, os representantes das Farc que participam do acordo são o comandante
Mauricio, que comanda a guerrilha após a morte de Jorge Briceño. Por parte do
governo, entraram o conselheiro de Segurança Sergio Jaramillo, o ministro do
Meio Ambiente, Frank Pearl, e Enrique Santos, irmão do presidente.
Em 2011, o
chefe máximo das Farc, Alfonso Cano, anunciou o desejo do grupo armado de
começar diálogos de paz com o governo, em um vídeo publicado pela imprensa
local.
Ele lembrou
que Santos "prometeu deixar para trás os ódios que caracterizaram os oito
anos do governo anterior", em referência ao ex-presidente Álvaro Uribe
(2002-2010).
Apesar dos
rumores das negociações de paz, os ataques à população civil continuam na
Colômbia. Na noite de domingo, seis pessoas morreram no domingo na explosão de
uma bomba transportada em um táxi num povoado do sudeste da Colômbia. O governo
atribuiu a ação às Farc.
A explosão,
registrada no município de Vista Hermosa, no Departamento de Meta, 200
quilômetros a sudeste de Bogotá.
"Esses
terroristas continuam demonstrando sua fraqueza e covardia. Lá em Vista Hermosa
fizeram explodir (uma bomba), quem sabe se por acidente, porque estavam
transportando esses explosivos, ou por estarem tentando amedrontar
alguém", disse Pinzón.
O ministro
afirmou que essas ações são "delitos de lesa humanidade" e que
"não têm nenhum perdão, em nenhuma legislação, em nenhuma parte do
mundo".
Embora as Farc
estejam debilitadas por uma ofensiva militar apoiada pelos EUA, na qual foram
mortos vários de seus comandantes e milhares de combatentes desertaram, o grupo
ainda mantém capacidade de cometer ataques de grande impacto, até mesmo em
grandes centros urbanos.
Fonte: Folha
Nenhum comentário:
Postar um comentário