A deterioração da crise na Síria levou a ONU a dizer
nesta terça-feira que o país está em um estado de guerra civil e que o governo
sírio já perdeu o controle de grandes áreas em algumas cidades para os
rebeldes.
"O
que está acontecendo claramente é que o governo da Síria perdeu algumas grandes
áreas de território, várias cidades para a oposição, e quer retomar o
controle", disse o subsecretário-geral de operações de paz da ONU, Hervé
Ladsous.
Está é a
primeira vez que a ONU manifesta formalmente esse tipo de opinião sobre a
situação na Síria.
Os
comentários foram feitos no mesmo dia em que monitores enviados pelas Nações
Unidas à Síria foram atacados ao tentar chegar à cidade de Haffa, sitiada por
tropas do governo.
Segundo
Ladsous, o ataque foi deliberado. A ONU diz que, após uma tentativa frustrada
de chegar à cidade na segunda-feira, nesta terça-feira os monitores receberam
permissão das forças do governo para passar pelo último posto de controle, na
entrada da cidade.
No
entanto, segundo a ONU, os monitores teriam avaliado a situação como pouco
segura e desistido. Quando deixavam a entrada da cidade, foram atacados com
pedras e barras de metal jogadas contra eles por uma "multidão
enfurecida". Logo em seguida, homens armados não identificados abriram
fogo. Nenhum monitor ficou ferido.
Segundo a
correspondente da BBC na sede da ONU, em Nova York, Barbara Plett, diplomatas
nas Nações Unidas têm falado nesta semana não apenas na intensificação das
operações militares do governo na Síria, incluindo ataques com helicópteros,
mas também em um dramático aumento em ataques urbanos mais sofisticados por
parte da oposição.
A Cruz
Vermelha Internacional – única agência de ajuda internacional ainda em atuação
na Síria – diz que o aumento da violência e a deterioração da situação no país
têm tornado impossível responder às necessidades humanitárias.
Desde o
fim de maio, ativistas de oposição denunciaram pelo menos dois
"massacres": em Houla, onde 108 pessoas teriam sido mortas por forças
leais ao governo, e na aldeia de Qubair, onde 78 morreram. O governo sírio nega
as acusações e diz que as mortes foram obra de "gangues de terroristas
armados".
A ONU e
os Estados Unidos também vêm alertando sobre um "alarmante aumento"
na violência em Haffa. Na segunda-feira, os Estados Unidos disseram temer que o
governo sírio estivesse preparando um novo massacre na cidade. Em resposta,
Damasco acusou Washington de incitar massacres e terrorismo.
Fonte:Folha
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