O chanceler venezuelano
Nicolás Maduro foi flagrado em um encontro com altos militares paraguaios pouco
antes da destituição do então presidente Fernando Lugo.
A ação está sendo
interpretada por autoridades paraguaias como um caso de ingerência da Venezuela
em sua política interna. Maduro teria tentado arquitetar uma intervenção das
Forças Armadas do Paraguai para impedir a destituição de Lugo.
O vídeo teria sido
gravado no dia 22 de junho, horas antes do Senado aprovar o impeachment de
Lugo, por câmeras do Palácio do Governo. A câmera que fez a gravação não
registra sons.
O vídeo foi revelado
nesta terça-feira pela ministra da Defesa do Paraguai, María Liz Garcia.
Segundo ela, o presidente
Federico Franco determinou a revelação da gravação.
O governo venezuelano
nega a ingerência. O próprio Maduro havia desmentido ter participado de reunião
antes da divulgação do vídeo.
Ele havia viajado ao
Paraguai integrando o grupo de chanceleres da Unasul (União das Nações
Sul-Americanas).
"O chanceler (Maduro)
pediu que respondessem a uma situação que estava se delineando e afetava o
ex-presidente. Pediu que respondessem imediatamente, conforme o que ocorria ao
ex-presidente Lugo", disse García.
Ela afirmou que, apesar
da insistência do diplomata, os comandantes das Forças Armadas "optaram
por respeitar a decisão do Congresso".
Uma cópia da gravação foi
levada pelo secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), José
Miguel Insulza, que finalizou nesta terça-feira sua visita ao Paraguai.
Insulza estava no país
para conversar com membros dos três poderes e elaborar um relatório sobre a
crise política ao Conselho Permanente da organização internacional.
Ele afirmou à imprensa
paraguaia que não avaliou a gravação ainda, mas disse que ela será analisada
pela entidade.
Segundo o correspondente
da BBC Vladimir Hernández, a Venezuela foi beneficiada pela instabilidade no
Paraguai. Isso porque a suspensão do país do Mercosul possibilitou sua
incorporação ao bloco.
Fonte: BBC
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