O líder supremo do Irã, aiatolá Ali
Khamenei, disse nesta quarta-feira que o país é capaz de superar as sanções
econômicas impostas pelos países ocidentais contra o programa nuclear do país,
qualificadas de "bárbaras".
"Estas
sanções são bárbaras. Constituem uma guerra contra uma nação, mas o povo
iraniano as fará fracassar", afirmou, em discurso transmitido pela
televisão estatal.
Khamenei ainda
acusou os países ocidentais de mentir quando propõem a suspensão das sanções em
troca de garantias sobre o caráter pacífico do programa nuclear iraniano.
Ele disse que
as medidas podem criar problemas, mas que nada que Teerã não possa resolver. O
líder mostrou confiança em superar a crise, como em outras ocasiões em que
houve embargo desde a Revolução Islâmica, em 1979.
"As
sanções contra o Irã não são de hoje. Eles já as impuseram e nunca deram
resultado. Claro que, com a graça de Deus, eles serão derrotados pela nação
iraniana nesta guerra", completou.
Para ele, os
países europeus são insensatos ao ceder à pressão americana pelas sanções em
meio à crise financeira internacional. O embargo ao Irã causou o aumento dos
preços do petróleo no mercado internacional, o que afetou ainda mais as
economias europeias.
Para o líder
supremo, o Irã está na mira por sua "resistência" e "independência"
diante das grandes potências.
Ali Khamenei
ainda criticou o Ocidente por dar muita importância aos protestos contra a
desvalorização do rial, que perdeu 40% do seu valor desde a semana passada. Os
atos foram na última quarta-feira (3).
"Por uma
ou duas horas algumas pessoas incendiaram duas ou três latas de lixo em duas
ruas de Teerã e eles começaram a comemorar e disseram que existem protestos no
Irã".
Ele ainda
comparou com os protestos na Europa, considerando que os governos europeus têm
mais problemas que os iranianos.
"Eles
passam por protestos nas ruas das maiores cidades europeias no últimos anos,
durante a manhã e a noite. A economia deles está paralisada. Vocês comemorariam
que a economia iraniana está enfraquecida? Então é você quem é infeliz".
Ali Khamenei
também pediu a união dos funcionários iranianos para enfrentar as sanções, em
meio ao conflito do governo próximo à sucessão do presidente Mahmoud
Ahmadinejad. "Os funcionários precisam saber e aceitar suas
responsabilidades e não se culpar uns aos outros".
A reclamação
do líder supremo foi a mesma de Ahmadinejad, que disse na semana passada
enfrentar o ataque de rivais sobre o comando do país e se considerou o único
alvo de críticas.
"Só eu
recebo tantas críticas. Imaginem como reagiriam outras pessoas se sofressem os
mesmos ataques. Eu não ligo, deixo falar o que quiserem a meu respeito, desde
que na prática trabalhemos juntos na mesma direção."
A moeda local
começou a cair no dia 1º, após entrar em vigor um mecanismo para tentar
controlar o câmbio, que fracassou. A cotação do dólar chegou a 37.500 riais no
dia 2, antes de Teerã intervir no sistema econômico.
No sábado (6),
a cotação voltou a para a casa dos 30 mil e, nesta segunda, oscilou na faixa
dos 29 mil a 32 mil riais nas casas de câmbio. Na terça, fechou em 24.800
riais, de acordo com a Bloomberg.
A baixa do
rial é um efeito das sanções da ONU (Organização das Nações Unidas) e dos
embargos impostos pelos EUA e União Europeia devido aos avanços no programa
nuclear da República Islâmica.
As restrições
chegaram aos setores petroleiro e bancário e aumentaram a crise financeira no
país e os gastos dos iranianos, que dependem de importações de diversos
artigos.
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