Milhares de refugiados africanos moram no
sul de Tel Aviv, nos bairros mais pobres da cidade. Vários moradores
israelenses na região se revoltam contra a presença dos imigrantes e atribuem a
eles a responsabilidade pelas duras condições de moradia.
"Trata-se de um problema social que
tem que ser solucionado pela prefeitura, os africanos não têm culpa", diz
Ziv, "mas politicos de direita lideram o incitamento contra os refugiados
e conseguem o apoio de parte dos moradores".
De acordo com
o fotógrafo, os grupos de extrema-direita têm distribuido panfletos nos bairros
do sul de Tel Aviv acusando os refugiados africanos de "estuprar as
mulheres e roubar os empregos dos israelenses".
Quatro casas e
uma creche de refugiados africanos em Tel Aviv foram alvo de ataques com bombas
incendiárias durante a madrugada desta sexta-feira, em ataques que estão sendo
atribuídos a um grupo de extrema-direita de Israel.
O ataque
coordenado visou casas de africanos do Sudão e da Eritreia atualmente sob
status de refugiados em Israel que moram ao sul da cidade de Tel Aviv.
Por volta das
2h de sexta-feira um coquetel molotov foi lançado contra um grupo de refugiados
que dormia no quintal de um prédio, três bombas foram atiradas contra casas e a
quinta atingiu uma creche frequentada pelos filhos dos africanos.
Não houve
feridos porém todos os locais ficaram totalmente destruídos pelo fogo.
O fotógrafo
Oren Ziv, que mora ao lado de um dos prédios atacados, disse à BBC Brasil que
acordou com o barulho no quintal.
"Vi o
sofá, no qual um dos refugiados costuma dormir, pegando fogo e imediatamente
peguei minha câmera e saí de casa para registrar o que estava
acontecendo", relatou Ziv.
"Logo
chegaram pessoas contando que outros locais também estavam pegando fogo,
inclusive a creche".
Uma das bombas
foi lançada contra o quarto de duas refugiadas da Eritreia, que estavam
dormindo no momento do ataque.
"Os
atacantes quebraram a janela e jogaram o coquetel molotov dentro do quarto,
sabendo que havia pessoas dormindo lá, foi uma tentativa de assassinato",
acusa Ziv.
As refugiadas
da Eritreia conseguiram fugir do quarto a tempo e não ficaram feridas.
Fonte: Folha Online
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