Nas
declarações que fará no FMI (Fundo Monetário Internacional), o ministro Guido
Mantega dirá que as medidas de austeridade tomadas pelas economias avançadas
está reduzindo o crescimento nas economias avançadas.
Mantega
dirá também que o Brasil "fará o que julgar necessário" para exercer
controle sobre o fluxo excessivo e desestabilizador de capitais para o Brasil.
"A
consolidação fiscal está pesando no crescimento de muitas economias avançadas.
Concordamos com o Fundo que estas economias, com espaço suficiente (para
expansão de gastos), deveriam reduzir o passo do ajuste fiscal e deixar os
estabilizadores automáticos operarem", dirá o ministro.
"Algumas
delas podem inclusive introduzir estímulos fiscais. A Alemanha e alguns países
do norte da Europa, por exemplo, podem estar aptos a adotar políticas fiscais
mais flexíveis. Isto não só ajudaria a demanda global, como facilitaria o reequilíbrio
dentro da zona do euro."
Mantega
usará um tom crítico para falar das políticas de expansão monetária adotada
pelos países desenvolvidos para conter os efeitos da crise – e criticará o FMI
por não apoiar os países emergentes que tentam se defender.
"Algumas
economias estão pagando um alto preço pelas políticas monetárias ultrafrouxas
das economias avançadas. O aumento na liquidez global rapidamente encontra sua
direção para as economias emergentes, especialmente aquelas com fundamentos
econômicos mais fortes, como o Brasil", alertará.
"O
governo brasileiro permanece comprometido a fazer o que julgar necessário para
conter os fluxos excessivos e voláteis de capital através de uma combinação de
intervenção nos mercados de câmbio à vista e futuros, medidas macroprudenciais
e controles de capital."
Para
Mantega, "o FMI endossou firmemente as políticas monetárias nos países
avançados, incluindo as medidas recentes tomadas pelo Banco Central Europeu.
De acordo
com o ministro, o FMI "tem sido mais relutante, porém, em apoiar as
medidas defensivas que algumas economias emergentes estão sendo obrigadas a
tomar em resposta ao efeito de contágio dessas políticas”.
"Políticas
de gerenciamento da conta de capital ainda precisam ser aceitas pelo Fundo como
uma parte normal do kit de políticas econômicas."
Por fim,
o ministro dirá que o Brasil "está profundamente preocupado" com o
ritmo lento de implementação das mudanças de cota e governança decididas pelo
Fundo em 2010. Estas reformas precisam ser adotadas até outubro deste ano.
Mantega
disse que "temos seis meses restantes e estamos (os países) ainda longe de
alcançar" a aprovação das reformas nos respectivos Legislativos.
Fonte: BBC
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