Medida surpreende analistas, que esperavam manutenção da taxa de juros.
O COPOM (Comitê de Política Monetária) do Bacen anunciou nesta última-quarta feira dia 31.09.2011, uma redução de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros ( Selic).Este foi o primeiro corte de juros em 2011,neste interim a medida surpreendeu os analistas que esperavam a manutenção da taxa.Apesar do corte na Selic a decisão mantém a taxa de juros brasileira no topo do ranking mundial, a frente de países como Rússia,Egito (ambos com 8,25%), Índia (8%), China (6,56%) e Turquia (5,75%).Todavia economias desenvolvidas como os EUA, Japão e Grã- Bretanha a taxa encontra-se perto de zero. O Copom clarificou que a baixa na SELIC deve-se ao fato de uma reavaliação do cenário internacional, concluindo que ele agora "manifesta viés desinflacionário no horizonte relevante". Ainda nesta semana, o Ministério da Fazenda afirmou que a economia do governo em 2011 aumentaria de R$81 bilhões para R$91 bilhões. Segundo o ministro, Guido Mantega, a medida tem como objetivo aliviar as pressões inflacionárias e garantir que o BACEN possa baixar a Selic nos próximos meses, fazendo com que assim o crescimento econômico seja mantido apesar das turbulências globais.
Controle da inflação
Esta foi a primeira vez no ano em que o Copom reduziu a Selic. Desde janeiro, o banco aumentou a taxa cinco vezes.
Até então o COPOM não havia reduzido a SELIC, vale salientar que desde janeiro o banco aumentou a taxa cinco vezes. Sabe-se que a elevação dos juros é uma das principais ferramentas para o controle da inflação, todavia esta apresenta consequências. Quando a SELIC é aumentada o crédito diminui, os bancos passam a emprestar menos, o que desestimula investimentos produtivos. O economista Fábio Silveira da RC consultores, acreditava que a redução deveria ser de 0,25 %, segundo ele a inflação esta relativamente controlada. Além disso, o economista afirmou que a produção industrial tem se desacelerado bastante e deve fechar com um crescimento de 2,5%."É importante iniciar processo de redução de juros sob pena de, num contexto de desaceleração da economia mundial, nós termos um esfriamento além da conta, por conta de juros excessivamente elevados", diz. Por outro lado o economista André Braz, da FGV-RJ, afirma que o momento ainda não seria o ideal para reduzir a Selic. Segundo Braz, ainda não existem informações claras sobre a crise internacional e de como esta pode afetar a economia brasileira. Neste mesmo contexto, Braz salienta que a crise não pode fazer com que o governo brasileiro deixe de lado os indicadores econômicos internos, os quais tem como objetivo conter a inflação. Ademais, o economista não vê sinais de desaceleração nas taxas de criação de empregos, nem recuo na compra de bens duráveis, fatores que poderiam sinalizar um arrefecimento da economia doméstica e, por extensão, indicar a necessidade de baixar juros.
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