Segundo uma reportagem do Financial Times , apesar dos fundamentos sólidos e a capacidade financeira para lidar com a crise o Brasil está vendo seu mercado financeiro ficar atrelado aos temores em relação a zona do euro,.
Os investidores estrangeiros de certo modo permanecem relutantes em manter seus investimentos na Bovespa, mesmo com os ativos financeiros a preços atraentes e o real a um patamar mais baixo em relação ao dólar.
"Apesar de uma queda de 22% no índice Bovespa neste ano, e uma depreciação de 13% do real em relação ao dólar no último mês, só os bravos estão se prontificando a retornar para um mercado que até o ano passado estava entre os favoritos entre os mercados emergentes", escreve o jornal.
Os temores tem pouca relação com os fundamentos econômicos do Brasil.
"Entre os grandes mercados globais, poucos estão mais bem posicionados que o Brasil para resistir a um grande choque externo, com uma reserva de moeda estrangeira de US$ 352 bilhões, um sistema financeiro sólido e capacidade significativa para tomar medidas anticíclicas de estímulo", escreve o diário. Os níveis de inflação contribuem para os temores em investir no Brasil
Para o FT, o Banco Central "fez uma aposta" ao decidir reduzir os juros sob o argumento de que a economia global está se enfraquecendo – mesmo com um ambiente de preços em alta.
"Mas, se o crescimento se mostrar maior que o esperado, a inflação no Brasil poderia se manter em alta, forçando as autoridades a começar a apertar o cinto novamente."
Mas outros economistas ouvidos pelo jornal creem que o governo brasileiro pode aproveitar a oportunidade para criar condições de crescimento estável no longo prazo.
"Se o governo conseguir controlar o gasto durante este período de desaceleração, e usar a política monetária para compensar o crescimento em baixa, o Brasil poderia reduzir a sua taxa de juros reais historicamente alta."
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