Um integrante dos Seals, força de elite que matou
Osama bin Laden, revelou na primeira entrevista de um membro do grupo detalhes
da morte do líder da rede extremista Al-Qaeda, em maio de 2011, em um
esconderijo no Paquistão.
Em
entrevista à rede de TV CBS, Mark Owen, que usa um pseudônimo, adiantou algumas
das informações de seu livro No Easy Day (Um Dia Nada Fácil,
em tradução livre), sobre a operação que culminou na morte do então homem
procurado do mundo.
Na
entrevista ao programa "60 Minutes", da emissora CBS, Owen manteve
sua versão de que o ex-chefe da rede extremista internacional Al-Qaeda foi
baleado tão logo saiu de seu quarto, contrariando o relato oficial, segundo o
qual o saudita teria sido alvo de tiros somente após ter voltado ao quarto.
O
Pentágono se pronunciou e disse que pode processá-lo por divulgar segredos
militares.
Identificado
pela imprensa americana como Matt Bissonnette, o membro dos Seals defendeu a
decisão de atirar.
"Se
alguém coloca a cabeça para fora do quarto pode muito bem ter uma arma. Você
não espera até que um rifle ou uma granada seja lançada pelo corredor, ou que
(apareça) um colete suicida", acrescenta.
Ele disse
que Bin Laden ainda estava se movendo após o primeiro tiro e foi baleado
novamente quando os Seals entraram no quarto.
"(Os
Seals) não podiam ver suas mãos. Então ele poderia ter algo. Poderia ter tido
uma granada ou algo embaixo do seu peito".
O governo
americano reitera sua versão oficial de que o saudita só foi baleado após ter
voltado ao quarto, o que teria despertado nos militares o temor de que ele
poderia ter armamentos.
O livro
"No Easy Day" descreve operação que matou Bin Laden na visão de um
membro dos Seals
Owen
também mencionou um encontro entre o presidente Barack Obama e os Seals, quando
o grupo de elite decidiu não revelar ao líder o responsável pela morte de Bin
Laden.
"Puxar
um gatilho é fácil... Não se trata de quem foi essa pessoa, foi um trabalho de
equipe, que fez tudo isso funcionar", disse. "Quem se importa com
quem foi essa pessoa? Não faz diferença", acrescentou.
O livro não
foi revisado pelo Pentágono, CIA ou a Casa Branca antes de ser publicado e
autoridades haviam alertado o autor sobre possíveis acusações criminais que
poderiam resultar da divulgação de informações secretas.
Jeh
Johnson, conselheiro geral do Pentágono, enviou uma carta ao autor
informando-lhe que "no julgamento do Departamento da Defesa, você está em
violação concreta dos acordos de sigilo que assinou".
A carta
acrescenta ainda que o Pentágono está considerando "todas as medidas
legais disponíveis para nós".
Fonte: BBC
Nenhum comentário:
Postar um comentário