O presidente do Egito, Mohammed Mursi, voltou ao trabalho nesta
quarta-feira no palácio presidencial, no Cairo, enquanto opositores continuam a
protestar em frente à sede do governo do país contra a aprovação da nova
Constituição.
Mursi deixou a
casa presidencial na tarde de terça (4), enquanto mais de 100 mil pessoas
faziam um ato contra a nova lei máxima egípcia, aprovada pelo mandatário na
última sexta (30), e contra os decretos que aumentaram o poder do presidente.
A informação
foi revelada por integrantes do governo egípcio às agências de notícias Reuters
e Associated Press. Enquanto isso, cerca de 300 manifestantes continuam a
protestar contra as medidas do governo e acamparam na praça em frente ao palácio.
A sede do
governo amanheceu pichada com mensagens contra o presidente e a Irmandade
Muçulmana, grupo islâmico ao qual pertence. Outros opositores permanecem
acampados na praça Tahrir, local que foi símbolo dos protestos contra o
ex-ditador Hosni Mubarak.
Grupos de
oposição acusam Mursi de se apropriar de poderes para impor a nova
Constituição, redigida às pressas por uma assembleia dominada por políticos
islâmicos. Os adversários políticos haviam renunciado em protesto contra a
composição da comissão.
O principal
temor é que o documento inclui artigos da lei islâmica, a sharia, que podem limitar
liberdades individuais e direitos de cidadãos liberais. A Constituição será
promulgada se for aprovada num referendo na semana que vem, que foi convocado
por Mursi no último sábado (1º).