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terça-feira, 25 de setembro de 2012

Na ONU, Dilma contesta países ricos e defende diálogo para Síria

Em discurso na ONU, Dilma Rousseff pediu cooperação e diálogo para lidar com a crise síria

Em seu discurso de abertura da 67ª Assembléia Geral das Nações Unidas, em Nova York, nesta terça-feira, a presidente Dilma Rousseff rebateu as críticas de que os países em desenvolvimento estejam praticando protecionismo comercial. Dilma também criticou a possibilidade de uma intervenção militar na Síria, país às voltas com uma sangrenta guerra civil há 18 meses.
"Não podemos aceitar que iniciativas legítimas de defesa comercial por parte dos países em desenvolvimento sejam consideradas [como] protecionismo", disse a presidente.
A fala é uma referência a iniciativas, como a brasileira, de elevar recentemente as alíquotas de importação de uma centena de produtos.
Dilma chamou a prática de "defesa comercial" e defendeu o seu emprego como uma resposta das economias emergentes ao chamado "tsunami monetário", a emissão de dinheiro pelos países ricos para combater a crise econômica. "Os bancos centrais dos países desenvolvidos persistem em uma política monetária expansionista que desequilibra as taxas de câmbio", disse. "Com isso, os países emergentes perdem mercado devido à valorização artificial de suas moedas, o que agrava ainda mais o quadro recessivo global."
Além da crítica às emissões maciças de dinheiro, a presidente também criticou as medidas duras de austeridade fiscal (corte de salários e aumento de impostos) que os países ricos, principalmente os europeus, têm executado para controlar seus deficits públicos, agravados pela crise de 2008. "A opção por políticas fiscais ortodoxas vem agravando as economias desenvolvidas, com reflexos nas economias emergentes, inclusive o Brasil", afirmou.
"A política monetária não pode ser a única resposta para resolver o crescente desemprego, o aumento da pobreza e o desalento que afeta no mundo inteiro as camadas mais vulneráveis", acrescentou. "A austeridade [fiscal], quando exagerada e isolada do crescimento, derrota a si mesma."
Desde o início da crise econômica mundial, o Brasil tem sido crítico a respeito do chamado "tsunami monetário" criado pelos países ricos. Para combater a recessão de suas respectivas economias, os países mais desenvolvidos emitiram grande quantidade de moeda para estimular a concessão de crédito e o nível de atividade.
Um dos efeitos colaterais desse "tsunami monetário" foi a valorização das moedas de economias emergentes, como o Brasil, já que parte desses recursos foi desviada para ativos financeiros desses países. O fortalecimento da moeda brasileira torna as exportações mais caras, o que gera dificuldades para a balança comercial do país.
No caso dos países ricos, o efeito é inverso, o que levou o ministro Guido Mantega (Fazenda) a divulgar um termo que ganhou repercussão mundial: "guerra cambial".
A presidenta defendeu o "diálogo" e a "cooperação" para enfrentar a crise humanitária da Síria, mergulhada em uma guerra civil que já provocou a morte de pelo menos 20 mil pessoas. "Não há solução militar para a crise síria. A diplomacia e o diálogo não são apenas a melhor, mas, eu creio também, a única opção", disse a presidente. "O Brasil condena nos mais fortes a violência que continua a ceifar vida nesse país", afirmou Dilma, acrescentando que "a maior responsabilidade" recai sobre Damasco (o governo sírio).
"Mas sabemos também da responsabilidade das opções armadas, especialmente daquelas que contam com apoio militar e logístico de fora", acrescentou, numa provável referência aos grupos rebeldes, que têm recebido financiamento e armas de países ocidentais. "Sírios, deponham as armas e juntem-se aos esforços de mediação."

       Fonte: Folha

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