
O presidente dos Estados Unidos, Barack
Obama, declarou emergência nesta terça-feira em três Estados após a passagem da
tempestade tropical Sandy. O fenômeno causou 15 mortes em território americano
e uma, no Canadá, além de danos graves em diversos Estados da costa leste
americana.
O estado de
emergência, que foi decretado em Nova York, Nova Jersey e Long Island,
permitirá que o governo americano envie ajuda financeira imediata para as regiões
atingidas pela tempestade, que passou por sete Estados americanos, deixando 15
mortos.
Nova York é o Estado que acumula o maior
número de mortos, com sete. A cidade homônima passa por uma das maiores
destruições provocadas por um fenômeno natural, inundando todas as regiões
baixas da ilha de Manhattan, em especial o sul da cidade, e deixando 500 mil
casas sem energia elétrica.
No Queens,
subúrbio nova-iorquino, um grande incêndio atingiu cerca de 50 casas na região
de Breezy Point, de acordo com o Corpo de Bombeiros. Nenhuma morte foi
registrada até o momento e agentes tentam controlar o fogo, que começou na
noite de segunda.
Todos os
aeroportos da região de Nova York -- JFK, La Guardia e Newark-- foram fechados.
O metrô e o túnel que liga a ilha de Manhattan ao Brooklyn foram invadidos
pelas águas. Todas as pontes da cidade ao leste foram fechadas e túneis foram
bloqueados.
A Autoridade
Metropolitana de Transportes (MTA, em inglês) disse que é o pior desastre da
história do metrô da cidade, que tem 108 anos. Pelo menos sete túneis na região
do East River estão completamente inundados. Outras duas linhas perderam a
energia e seis garagens de ônibus foram atingidas.
Mais cedo, a
fachada de um prédio de três andares desabou no bairro de Chelsea, sem deixar
feridos, e um guindaste rachou e ficou pendurado no 90º andar do prédio
residencial mais alto em Nova York, ainda em construção, em frente ao Central
Park.
Em Nova
Jersey, um dique se rompeu, ameaçando três localidades próximas, segundo a polícia
local. As equipes de resgate estão em alerta para inundações na região.
O nível alto
da água também colocou em alerta a usina nuclear Oyster Creek, em que a
inundação chega a 1,80 m. Segundo a administração da planta, será necessário
usar bombas extras para resfriar a usina.
O reator
estava desligado desde o último dia 22, pelo que são descartados riscos de
superaquecimento. Outras 104 usinas nucleares tiveram seus reatores desligados
ou trabalham com capacidade de geração de energia reduzida.
No Estado,
duas pessoas morreram e pelo menos 2.200 famílias tiveram que se refugiar em
abrigos públicos. Oito condados receberão ajuda especial para o aluguel de
casas para os desabrigados e a reforma das residências atingidas pela
tempestade, além de outros programas.
Também foram
registradas três mortes na Pensilvânia e uma em Connecticut. Em Virgínia
Ocidental, uma mulher morreu em um acidente de trânsito em decorrência de uma
nevasca trazida pelo Sandy.
Já na costa da
Carolina do Norte, uma mulher morreu no naufrágio de uma réplica do navio HMS
Bounty, usado no filme "Piratas do Caribe".
Em Toronto, no
Canadá, a polícia local informou que uma mulher morreu em um estacionamento ao
ser atingida por uma placa que se desprendeu com os fortes ventos.
Especialistas
já calculam as perdas causadas pelo Sandy em até US$ 10 bilhões (R$ 20 bi) só
em seguro. O prejuízo total, incluindo comércio, pode chegar a US$ 20 bilhões
(R$ 40 bi). Segundo a rede CNN, mais de 6,5 milhões de americanos em 13 Estados
estão sem energia.
Mais de 13 mil
voos foram cancelados entre domingo e terça-feira, 7.600 somente nesta
segunda-feira.
Por volta das
5h locais (7h em Brasília), a tempestade Sandy se deslocava ao sul do Estado da
Pensilvânia a uma velocidade de 105 km/h, de acordo com o Centro Nacional de
Furacões.
Ainda como um
ciclone extratropical, o fenômeno tocou terra firme por volta das 20h (22h do
Brasil), ao sul da cidade de Atlantic City, em Nova Jersey, afetando cerca de
60 milhões de pessoas e deixando Nova York praticamente às escuras.
A cidade é uma
das localidades americanas mais atingidas pelo ciclone, varrida por fortes
chuvas e ventanias, que inundaram ruas, danificaram edifícios e interromperam o
fornecimento de energia.
O prefeito
Michael Bloomberg relatou no início desta madrugada que pelo menos 250 mil
residências estão sem luz na ilha de Manhattan.
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