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terça-feira, 29 de maio de 2012

Egito realiza primeira eleição livre para escolher presidente



Os egípcios estão indo às urnas em sua primeira eleição presidencial livre, 15 meses depois de derrubar Hosni Mubarak no levante da Primavera árabe.
Cinquenta milhões de pessoas têm direito a voto, e as filas estão se formando em seções eleitorais. A votação dura dois dias e, caso nenhum candidato consiga a maioria dos votos, haverá segundo turno, em junho.
A junta militar que assumiu o poder presidencial em fevereiro de 2011 prometeu uma votação justa e um regime civil.
Até 2005, as eleições no Egito antes eram indiretas, com o presidente escolhido pelo Parlamento e ratificado por consulta popular, tida como claramente fraudulenta pela oposição e por observadores internacionais. A partir daquele ano, houve eleição direta, mas a Irmandade Muçulmana, principal partido de oposição, era considerada ilegal. O pleito de 2012 seria o primeiro live, não manipulado, da história do país.
A eleição opõe islamitas a secularistas, e revolucionários a ex-ministros de Mubarak.
Os principais candidatos são os seguintes:
·                     Ahmed Shafiq, antigo comandante da força aérea e primeiro-ministro durante os protestos de fevereiro de 2011
·                     Amr Moussa, que foi ministro das Relações Exteriores e chefe da Liga Árabe
·                     Mohammed Mursi, que lidera a Irmandade Muçulmana e o Partido da Justiça e Liberdade
·                     Abdul Moneim Aboul Fotouh, candidato independente islâmico
Até que uma nova Constituição seja aprovada, não está claro que poderes o presidente terá, o que provoca temores de atrito com os militares.
A votação começou pontualmente às 8h, hora local (06:00 GMT), com filas crescentes em muitos dos locais de votação no Cairo.
"É um grande dia", disse uma mulher à BBC. "Este é um grande momento para os egípcios mudarem (o país)."
Outra mulher, ao ser questionada sobre por quanto tempo estava esperando para votar, respondeu com uma risada: "30 anos".
Mohamed Mursi era originalmente o candidato reserva da Irmandade Muçulmana, mas acabou virando o titular após a primeira opção, Khairat al-Shater, ser desclassificado pela Comissão Presidencial Superior Eleitoral (HPEC) por ser réu de um processo ainda em curso.
A Irmandade Muçulmana, no entanto, comparou Mursi, engenheiro educado nos EUA e parlamentar, a um jogador de futebol reserva subestimado.
"Em qualquer jogo há um reserva que entra faltando dez minutos para o fim da partida, faz o gol e garante a vitória. Mursi é este jogador", disse o clérigo Mohamed Abdel Maqsoud a uma multidão de apoiadores da Irmandade no domingo.
Um segundo turno de votação está agendado para 16 e 17 de junho, se não houver vencedor.
O editor da BBC para Oriente Médio Jeremy Bowen diz que há também um conflito potencial com os militares, que parecem determinados a não abrir mão de seu poder no país.
O eleitorado não sabe que poderes o novo presidente terá para fazer seu trabalho, uma vez que tais responsabilidades não estão claras sem uma nova Constituição, destaca o correspondente.

'Primeiro passo'
A eleição está sendo saudada como um marco para os egípcios, que têm a oportunidade de escolher o seu líder pela primeira vez na história do país, de 5.000 anos.
O Conselho Supremo das Forças Armadas (SCAF), preocupado com a agitação pós-eleitoral, tem procurado tranquilizar os egípcios afirmando que a democracia veio para ficar.
"É importante que todos aceitem o resultado das urnas, que refletem a livre escolha do povo egípcio, tendo em conta que o processo democrático do Egito está dando seu primeiro passo e todos nós devemos contribuir para seu sucesso", disse o Conselho em um comunicado emitido na segunda-feira.
O primeiro-ministro, Kamal al-Ganzuri, disse na terça-feira esperar que as eleições corram tranquilamente.
Ele pediu que "os candidatos, as forças políticas, e os partidos estimulem seus apoiadores a respeitar a vontade dos outros e aceitar os resultados da eleição".
Os 15 meses seguidos à deposição de Mubarak foram turbulentos, com constantes protestos violentos e conflitos entre muçulmanos e a minoria cristã, que corresponde a 10% da população. Os cristãos temem que ascensão de conservadores islamistas aumente tensões religiosas.
A economia em deterioração também é um desafio para o novo presidente.
O investimento direto estrangeiro caiu de US$ 6,4 bilhões positivos em 2010 para US$ 500 milhões negativos no ano passado.
O turismo, importante gerador de receita para o país, também caiu em um terço.
O novo presidente também terá de reformar a polícia para lidar com a onda de crime que se seguiu à revolta popular.
Pelo menos um terço dos eleitores estavam indecisos sobre os candidatos.
"Não consigo decidir. Quero alguém que possa trazer estabilidade e prosperidade", disse à agência de notícias Reuters Hussam Sobeih, 45 anos.
"Apoiei a revolução até Mubarak ser derrubado, mas depois a situação piorou e eu quero minha vida de volta."
 Primavera árabe começou na Tunísia ano passado, quando semanas de protestos forçaram o presidente Zine al-Abidine Ben Ali a deixa o poder, inspirando ativistas pró-democracia em todo o mundo árabe.
O presidente egípcio, Hosni Mubarak, no poder há três décadas, renunciou em 11 de fevereiro de 2011, após 18 dias de protestos no Cairo e outras cidades.
Ele está sendo julgado por seu suposto papel nas mortes de manifestantes, em um processo que deve ser concluído dia 2 de junho.

Fonte: BBC

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